segunda-feira, 26 de abril de 2010

Pagando mico

A regra deveria ser clara, mamãe. "Pagar mico não vale." Mas eu tenho passado cada vergonha. E levado a culpa. O eixo central da mamãe está em curto-circuito. E ela diz que é por causa da barriga. Vai dizer que antes ela andava em linha reta? Papai jura que não, gente. Mas, de 33 semanas para cá, tudo é responsabilidade minha. Humpf.

Há umas semanas, ela conseguiu tropeçar na calça do pijama - dela mesma, veja bem - e trançou uma perna na outra, e não me perguntem como. Ela estava equilibrando coisas na cozinha. O prato voou para dentro da pia; já o copo... Se espatifou no chão. Os braços... Ficaram roxos por toda parte. As pernas... Que pernas? A que ficou pra cima, a que ficou pra baixo? A que torceu e distorceu? A que escorregou por baixo da pia? A que bateu no móvel? A que... Deixa pra lá. Ninguém sabe o que exatamente ocorreu com as pernas. Bom, ao fim, parecia que a mamãe tinha sido espancada... E pela calça do pijama. Hahahaha

Outro dia, na penúltima consulta com a obstetra (aquela malvada que vai me arrancar de onde estou, me dar palmada, aspirar meu nariz, me virar do avesso e ainda vai querer os louros por isso), chovia para caramba. Papai e mamãe ficaram juntinhos até o fim do conversê. Mas aí cada um foi prum lado. Ela desceu a ladeirona em que fica o consultório, compenetrada (encharcada), pé ante pé, na maior concentração. Quando acabou a descida... Scchhhhhlep. Tibum. Tanta preocupação com a descida - e ela cai justamente no plano. Que vergonha. Olha em volta, não há testemunha, ufa!! Disfarça daqui, limpa o machucado dali (com água da chuva mesmo) e apruma a moral, que essa ficou arranhada. Coitada (de nós).

E tem sido assim. Ontem mesmo, ela deve ter derrubado no chão 5 em cada 7 coisas que pegou nas mãos. Na padaria, à noite, eu já estava esperando o pior. Mas ela se ajuizou. Resolveu colocar as compras numa cestinha... Era mais prático e seguro, né, papai? Papai, papai? Faz essa cara, não. Podia ter sido pior. Ah, sim. As compras não caíram. Urru. Ela só derrubou a pilha inteira de cestinhas... E dê-lhe sorriso amarelo e o tradicional "Tá tudo bem, é só a falta de eixo. Coisa de grávida, sabe?".

Sei não. Eu não tenho nada a ver com isso.

Um comentário:

  1. Minha lindinha, nem chegou ainda e já sofre nas mãos da mamãe...coitadinha! Lembra sempre: a dinda está aqui para te proteger!!! Não me lembro da mamãe ser tão estabanada na infância, pelo contrário, ela sempre fez macaquices e eu que me ralava inteirinha... Acho que a culpa é do eixo central mesmo. Ou ela enganava a gente direitinho! Queria ter sido um mosquitinho para ver as cenas protagonizadas pela sua mamãe, devem ter sido inesquecíveis! Talvez assim eu perca o título de "estabanada" da família, rs... Beijoquinhas com ares de inverno do Sul, dinda

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